O empoderamento feminino vem sendo tema de diversas ações no Colégio Estadual de Monte Gordo, localizado no município de Camaçari (49,3 km de Salvador). Nesta quinta-feira (4), a unidade escolar sedia um encontro com gestores, professores, funcionários, estudantes e líderes de classe sobre o assunto. A atividade envolve também a comunidade estudantil dos colégios estaduais Vila de Abrantes, Barra de Pojuca e Professora Nadir Araujo Copque e está sendo desenvolvida pela Secretaria da Educação do Estado, em parceria com o Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania (IIDAC).
De acordo com a coordenadora de Ensino Médio da Secretaria da Educação do Estado, Tereza Farias, estas abordagens fazem parte do processo de construção da cidadania dos estudantes. “O intuito é despertar entre a comunidade escolar uma cultura de valorização dos sujeitos, sobretudo os que sofreram historicamente os maiores preconceitos. Por isso, o foco neste momento são as meninas, em especial, as negras que apresentam maior vulnerabilidade social”, explica.
A estudante do 2º ano, Cibele Costa, 17 anos, do Colégio Monte Gordo, diz que as discussões melhoraram sua autoestima de mulher negra. “As professoras tratam muito bem o assunto. Elas trazem fatos e relacionam com a nossa realidade. Isso tem me ajudado bastante a me reconhecer, dentro e fora da escola, como mulher negra, que usa ‘black’ e se aceita”, declara.
Laiana de Jesus, 17, do 3° ano, que estuda da mesma escola, também aprova a iniciativa. “É essencial que as mulheres saibam seus valores e conheçam seus direitos. Por isso, faço questão de compartilhar, dentro e fora da escola, informações recebidas em atividades como esta”, afirma a estudante.
As ações desenvolvidas no Colégio de Monte Gordo são recorrentes na disciplina de Sociologia. A professora Mariana Dantas informa que o movimento feminista é sempre debatido nas suas aulas. “As questões de gênero, sexualidade e cultura patriarcal já são parte do conteúdo de Sociologia. Agora, estamos encaixando, com frequência, o empoderamento feminino. Conseguimos, com isso, perceber um amadurecimento nas meninas e nos meninos, que estão refletindo mais sobre este assunto tão importante, que deve ser trabalhado em todas as áreas”, considera.
A gestora da unidade, Lícia Andrade, diz que a ação pedagógica foi motivada pela repercussão de atos de violência contra a mulher. “Em meio a reflexões sobre o comportamento feminino e acontecimentos de violência contra a mulher, decidimos que poderíamos trazer alguém para uma palestra sobre feminismo e empoderamento feminino. A partir daí, estamos promovendo palestras e rodas de conversa, e ampliando as discussões com outras escolas”, afirma.
Fonte: Portal da Educação